quinta-feira, 21 de junho de 2012

O perfeito não existe!

Todo mundo que me conhece um pouquinho sabe que eu moro aqui na Nova Zelândia por opção própria, afinal ninguém me mandou pra cá, eu não casei com um ‘gringo’ e não sou ‘fugitiva’ do Brasil, ao menos não oficialmente, mas isso também não vem ao caso. Sim, vivo na minha pátria escolhida porque escolhi viver, mas sou uma pessoa muito honesta com minhas opiniões, não faço parte da ‘fatia’ do povo brasileiro que mora no exterior e se deslumbra com qualidades de seu novo país sem perceber os defeitos, afinal vamos ser honestos não existe país perfeito!

Afirmo e repito não existe país perfeito, o que existe é você escolher quais são os problemas com os quais você quer/é capaz de tolerar/conviver.

Reconheço que sou ‘privilegiada’ em muitos aspectos aqui nesse outro lado do mundo, afinal quando o assunto é qualidade de vida e segurança minha pátria escolhida tem muito a oferecer, os elogios e apreciações em relação à Nova Zelândia são vários, vivo comentando com todo mundo que me sinto realmente ‘sortuda’ por estar vivendo meu sonho.

Porém, essa minha publicação é sobre as dificuldades, sobre o lado negativo de viver aqui, embora muitas pessoas, ou melhor, a maioria das pessoas acreditarem que quando a gente vive no exterior tudo é mágico, tudo é diversão, tudo em nossa vida é sobre viajar e pular de pára-quedas, a realidade é muito simples, viver no exterior é igual viver no Brasil tem o lado bom e o lado ruim, o perfeito não existe!

Certamente os “problemas” são diferentes no ponto de vista de cada um, a minha maior dificuldade aqui é sem dúvida a questão cultural, acho o povo daqui um tanto quanto estranho, frio e egoísta, eu nunca tive dificuldades de fazer amigos, mas aqui tenho, sabe como é o povo brasileiro faz amigo até na fila do banco esperando para pagar as contas, mas aqui é quase que impossível os relacionamentos são frios, você não fica intimo o suficiente das pessoas para que elas e você se visitem sabe????

O máximo de socialismos é combinar de se encontrar depois do trabalho para tomar uma bebida no bar, sair pra comer algo junto e era isso, eu já sou muito mais gaúcha, quero ter amigos que venham na minha casa tomar um chima, comer um bolo e botar tanta conversa/fofoca fora que tem que acabar ficando pra janta sabe??? Não sei acho que é uma forma bem local de ser também, pois sei que existem brasileiros de outros estados do Brasil que não são tão hospitaleiros como nós do sul, mas eu tenho essa coisa e depois de quase cinco anos vivendo aqui não encontrei ninguém ainda com quem eu pudesse ter uma amizade que não fosse cheia de nove horas sabe???  Ninguém consegue imaginar o quanto me faz falta esse contato humano, tenho muuuuuiiiita saudades dos meus amigos do Brasil....já vou parar de escrever sobre isso se não já vou me ‘esbugalhar’ chorrando...

Vista do céu as 8 da manhã em Wellington no inverno
Outro fator que me mata é o clima do tempo, gente o inverno dura no mínimo uns seis meses e durante esse período é sempre cinza, nublado, úmido, frio de matar e dá a sensação de que é sempre noite, você sai de casa pela manhã para ir ao trabalho e na maioria das vezes ainda está escuro, e sempre que sai do trabalho a tardinha já está completamente escuro. Aqui em Wellington então chove um montão e venta que é uma beleza, a pergunta matinal é quanto forte está o vento hoje, pois praticamente não existe a possibilidade de não estar ventando, é uma desgraça! Para completar o pacote falta calor no verão, tudo é uma questão de ‘sorte’, o verão desse ano deve ter tido uma semana de dias quentes e aqui em Wellington raramente fez mais de 20 graus, uma tristeza..hehehe Esse é a verdadeira coisa da qual a gente precisa rir pra não chorar.

Por hoje minha sessão de reclamações fica por aqui, não escrevi essa postagem com a intenção de ser negativa, mas sim porque quero dividir com as pessoas que lêem minhas postagens a verdadeira ‘face’ do que é viver no exterior, do quanto a grama do visinho não é mais verde, de que tudo nessa vida tem o lado bom e o não tão bom, de que toda vez que fazemos uma escolha nessa vida estamos abrindo mão de outras coisas, de que  ninguém vive em um conto de fadas nem mesmo os que vivem/realizam os seus sonhos.

As possibilidades que o universo e a vida nos apresentam diariamente são maravilhosas, basta prestar atenção, todos nós temos a capacidade e o potencial de realizar nossos sonhos e desejos. O grande desafio é aprender a conviver com o que você precisou deixar para traz devido às escolhas que foram feitas, os sonhos que foram realizados. Eu sou e sempre serei uma eterna ‘aprendiz’ quando o assunto é aceitar que viver o sonho aqui, significa ter que ‘abrir’ mão das coisas que só existem ai.



Com carinho,
Adri

3 comentários:

  1. Tu sabe que as vezes eu penso que de repente e porque no Brasil podemos escolher nossas amizades, ja no exterior nao tem muito brasileiro, ou seja, e aquilo ou nada. Dada a variedade que encontro aqui, acabo que fico sozinha mesmo. Ja os americanos, nem precisa ser falado. Pagaria para ter uma voce de vizinha:)

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    1. Cris Shunck querida, concordo com você e sim a pergunta de um milhão de dólares será sempre a mesma : porque nao escolhemos o mesmo país para viver??? Assim o rengo ajudaria o esfarapado ne??? hehehe
      A situação a mesma nao importa se é aqui, ai ou na China ne? Quem sabe no futuro os oceanos não surtam e movem a NZ pra bem pertinho dos Eua e ai poderemos ser vizinhas...we never know :) bjao guria saudades :)

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  2. kkkkk. Dri você é uma figura. Concordo com seus pontos. A unica maneira que achei de ter algo parecido é se enturma com outras etinias. A maioria dos meus amigos e conhecidos sao de fora da NZ.

    Um beijao.

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