quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ser inquieto

Você já parou para pensar o quanto difícil é ser uma pessoa inquieta?
Quando me refiro a ser inquieto, me refiro a possuir um cérebro que nunca “desliga”, uma personalidade que nunca “relaxa”, aos que vivem para aguardar o futuro, aos que nunca estão contentes, aos que vivem sonhando com algo novo sem curtir o bastante os sonhos já realizados, aos que exigem demais de si próprios que as vezes se cansam de si mesmo.

Conversando com uma colega de trabalho essa semana, que é canadense, ela me disse que se impressiona consigo mesmo, pois nunca está feliz, sempre quer algo mais, sempre diz que ficará contente quando atingir o objetivo X e quando o atingi em 5 minutos já parte para o próximo desejo e assim a vida segue. Cometei que acredito que é a nossa geração, somos a geração das mentes inquietas, geração dos descontentes, nada nunca é o suficiente e estamos sempre vivendo no futuro, nunca no presente.

Comentei com ela que quando viajei a Tailândia no ano passado, me impressionei com o quanto feliz é a população, de que acredito que o sentimento e a paz de espírito de conseguir encontrar a felicidade diariamente nas pequenas coisas deve ser algo realmente maravilhoso, o que você sente quando chega em um lugar onde os valores  ainda são verdadeiros, ainda fazem parte do ser feliz com o que você possui, de não deixar que a preocupação de como será o futuro apague o brilho e a importância do dia de hoje é maravilhosa e inexplicável. Nunca pensei que fosse me impressionar tanto com a cultura, os valores, as atitudes, a forma de encarar a vida de uma população como me apaixonei com a Tailândia.

Chegamos à conclusão de os seres inquietos são “filhos” das sociedades desenvolvidas, pois as nações subdesenvolvidas se contentam com “menos”, conseguem valorizar muito mais o que possuem, não se lamentam tanto pelo que não têm, possuem expectativas limitadas e mais realistas, vivem contente e em paz no presente e encaram o futuro como algo “normal”.  

Existe uma expressão em inglês que eu adoro que diz Take it as it comes, no sentido de lidar com as coisas quando elas acontecerem/conforme elas forem ocorrendo. Vai dizer que ter a capacidade de pensar assim, de agir assim não é o sonho de muita, mas muita gente?  E agora te pergunto qual é a receita, qual é o segredo para conseguir aderir a essa forma maravilhosa de ver as coisas?

Eu tenho tentado yoga, meditação, aromaterapia, comida terapia (como muito quando estou ansiosa hehehe), amigo terapia (coitados dos meus amigos confidentes, falo mais que a nega do leite hehehe) e até shopping terapia, mas nada tem funcionado.

Esse texto é para te dizer que se você sofre da síndrome do inquieto, você não está sozinho e que embora “sofremos” por sermos assim, fazemos parte da “fatia” revolucionária desse mundão, pois a inquietação é capaz de nos levar a lugares maravilhosos, a experimentar o desconhecido, a ariscar alto, a ir mais longe a viver uma vida recheada de tentativas :)

O mundo precisa de seres inquietos, mas eu sonho com o equilibrio entre quem eu sou e quem o povo thailandes é! 
   


Um comentário:

  1. Oi Adri, nossa, como eu te compreendo! Esses dias tb escrevi algo no meu blog, deste assunto, no qual entitulei INQUIETUDE. Assim como tu, como tua colega, eu, há muita gente "atropelando" as coisas, querendo mais e mais, mesmo quando atinge um objetivo. Isso é bom? Isso é ruim? Somente o nosso eu sabe dizer. Claro que é cansativo, mas se o que vale é o caminho e não a chegada, fica minha interrogação. Mas, eu penso que vale relaxar, e nao se preocupar tanto... um dia tudo, tudo, tudo isso acaba... Beijokas, querida! =]

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